O que é asma?
Asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns, juntamente com a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. As principais características dessa doença pulmonar são dificuldade de respirar, chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas.
Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Entre os aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente). Para os fatores genéticos – característicos da própria pessoa -, destacam-se o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a asma.
A doença pode ser controlada e o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta o tratamento. Para isso, a orientação é que o paciente procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Lá, o profissional de saúde terá todas as orientações relacionadas ao tratamento e à prevenção de crises, o que inclui entender os sintomas e sinais de agravamento da doença.
A asma tem cura?
A asma não tem cura, mas com o tratamento adequado os sintomas podem melhorar e até mesmo desaparecer ao longo do tempo. Dessa forma é fundamental fazer acompanhamento médico correto e constante, a maioria das pessoas com asma pode levar uma vida absolutamente normal.
A asma pode matar?
Sim, a asma pode matar em casos extremos e raríssimos. Quando a crise está muito intensa e não é feito o tratamento correto, a asma pode levar à morte. Caso a pessoa tiver alguma outra complicação clínica (problema de saúde), o corpo pode ficar ainda mais debilitado. No surgimento dos primeiros sintomas, procure um médico imediatamente.
Quais são os sintomas da asma?
A asma tem sintomas bem característicos, mas alguns deles podem ser confundidos com os de outras doenças. Por isso, para um diagnóstico adequado ou seguro, o ideal é procurar um profissional de saúde assim que sentir qualquer desconforto.
Os principais sintomas são:
- Tosse seca.
- Chiado no peito.
- Dificuldade para respirar.
- Respiração rápida e curta.
- Desconforto torácico.
- Ansiedade.
Quais são as possíveis complicações da asma?
A asma pode desencadear uma série de processos que podem resultar em complicações, algumas graves.
As principais complicações da asma são:
- Capacidade reduzida de se exercitar ou fazer outras atividades.
- Insônia.
- Alterações permanentes no funcionamento dos pulmões.
- Tosse persistente.
- Dificuldade para respirar, a tal ponto que precise de ajuda (ventilação).
- Hospitalização e internação por ataques severos de asma.
- Efeitos colaterais de medicações usadas para controlar a asma
- Morte.
Como é feito o diagnóstico da asma?
O diagnóstico da asma é principalmente clínico, obtido após consulta e avaliação pelo médico, mas também é confirmado pelo exame físico e pelos exames de função pulmonar (espirometria). Sempre que possível, o médico solicitará a prova de função pulmonar para confirmar o diagnóstico e classificar a gravidade de cada caso. Em crianças de até os cinco anos, o diagnóstico é somente clínico, tendo em vista a dificuldade de realizar outros exames funcionais e complementares.
Na consulta, o médico vai perguntar, entre outras coisas, se a pessoa tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar e chiado no peito; já usou broncodilatador oral ou inalatório para aliviar os sintomas; se há episódios de tosse persistente, principalmente à noite e no início da manhã; acorda com frequência à noite por causa de falta de ar ou acessos de tosse; se nota algum dos sintomas após exposição a mofo, poeira, animais, fumaça de cigarro, perfumes ou após resfriados, riso e choro; e se alguém da família tem ou teve asma, alergias ou outros problemas respiratórios.
O pulmão de uma pessoa asmática é mais sensível, o que faz com que fatores externos, como a poeira, causem falta de ar, o que normalmente não aconteceria em alguém que não tem a doença.
Classificação da gravidade da asma
A asma tem diferentes graus de gravidade, que podem evoluir ou regredir. O grau mais brando tem sintomas leves e com pausa. Manifesta-se em até dois dias por semana e até duas noites por mês. Ela pode evoluir até a um grau 4, onde ocorrem sintomas graves persistentes ao longo do dia, frequentemente durante a noite e várias vezes por semana.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICA |
GRAVIDADE (*) |
|||
Intermitente | Persistente leve | Persistente moderada | Persistente grave | |
Sintomas |
2x/semana ou menos |
Mais de 2x/semana, mas não diariamente. |
Diários |
Diários ou contínuos |
Despertares noturnos |
2x/semana ou menos |
3-4x/mês |
Mais de 1x/semana |
Quase diários |
Necessidade de agonista beta-2 adrenérgico para alívio |
2x/semana ou menos |
Menos de 2x/semana. |
Diários |
Diária |
Limitação de atividades |
Nenhuma |
Presente nas exacerbações |
Presente nas exacerbações |
Contínua |
Exacerbações |
Igual 1/ano ou nenhuma/ano |
Igual ou mais de 2/ano |
Igual ou mais de 2/ano |
Igual ou mais de 2/ano |
VEF1 ou PFE |
Igual ou maior que 80% previsto |
Igual ou maior que 80% previsto |
60%-80% previsto |
Igual ou menor que 60% previsto |
Variação VEF1 ou PFE |
Menor que 20% |
Menor que 20%-30% |
Maior que 30% |
Maior que 30% |
Como é feito o tratamento da asma?
O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.
A definição do tratamento é feita a partir dos sintomas, do histórico clínico e da avaliação funcional conforme cada caso. São utilizados medicamentos para alívio rápido dos sintomas e para manutenção do controle da crise. A base do tratamento da asma persistente é o uso continuado de medicamentos com ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os corticosteroides inalatórios (bombinha) os principais. Pode-se associar também medicamentos de alívio, com efeito broncodilatador.
Em todos os casos, é preciso reduzir a exposição aos fatores desencadeantes/agravantes da asma. A cada consulta, o paciente deve receber orientações para o autocuidado – identificação precoce dos sintomas, como proceder em caso de crise, controle e monitoramento da asma -, e ser agendado para reconsulta conforme a gravidade apresentada.
O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.
Tratamento não medicamentoso
A educação do paciente é parte fundamental da terapêutica da asma e deve integrar todas as fases do atendimento ambulatorial e hospitalar. Deve-se levar em conta aspectos culturais e abranger aspectos de conhecimento da doença, incluindo medidas para redução da exposição aos fatores desencadeantes e adoção de plano de autocuidado baseado na identificação precoce dos sintomas. A cada consulta, o paciente recebe orientações de autocuidado, plano escrito para exacerbações e reagendamento para nova consulta conforme a gravidade apresentada.
Tratamento medicamentoso
A base do tratamento da asma persistente é o uso de anti-inflamatório, sendo corticosteroides inalatórios os principais deles, associados a medicamentos de alívio com efeito broncodilatador. O ajuste da terapêutica visa o uso das menores doses necessárias para a obtenção do controle da doença, com isso reduzindo o potencial de efeitos adversos e os custos.
Como prevenir a asma?
A asma é uma inflamação dos brônquios sem uma causa aparente, mas é possível controlar as crises e até prevenir que elas aconteçam com algumas medidas simples.
- Mantenha o ambiente limpo.
- Evite acúmulo de sujeira ou poeira.
- Tome sol. A vitamina D está relacionada a uma série de doenças do aparelho imunológico, como a asma.
- Evite cheiros fortes.
- Tome a vacina da gripe.
- Não fume.
- Se agasalhe, principalmente na época de frio.
- Pratique atividades físicas regularmente.
- Tenha alimentação saudável.
- Beba bastante líquido (água).
- Mantenha o peso ideal.
Fatores de risco
Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente, como é o caso dos aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância).
Os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira, infecções virais, alérgenos como ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes químicos e poluição ambiental, mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e até mesmo alguns tipos de medicamentos. Quando não houver como evitar a exposição, o paciente pode seguir alguns cuidados, como:
- evitar atividades físicas ao ar livre, especialmente em dias frios;
- evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição;
- não fumar e evitar ambientes fechados com pessoas fumando.
Alguns estudos apontam que a redução de peso em pacientes obesos com asma demonstra melhora na função pulmonar, nos sintomas, morbidade e na condição de vida.
fonte: Ministério da Saúde